"Batem leve, levemente, como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é certamente e a chuva não bate assim...
É talvez a ventania, mas há pouco há poucochinho,
Nem uma agulha bulia na quieta melancolia
Dos pinheiros do caminho..."
Conheço esta Balada desde os meus tempos de criança, tal como a maior parte de vocês, suponho. Fala da neve, mas hoje lembrei-me dela, não devido à neve, já que onde estou não vejo esse esplendor de brancura, mas por estar mais um dia chuvoso e de frio. E eu aqui estou, com papéis à minha frente, trabalho que devo fazer mas... sem qualquer vontade de continuar... E vim aqui espreitar, escrever mais um pouco, quando a vontade é de estar no aconchego da minha casa, enrolada num cobertor frente à lareira e a ver um bom filme. É o que apetece em dias assim! Mas, lá terei de regressar ao trabalho. Está ali a olhar-me com ar zangado como quem diz: "não guardes para amanhã o que deves podes fazer hoje".
Mais logo cá voltarei.