Terça-feira, 8 de Junho de 2004
Recordar Milfontes
Foi em 1978, no Verão, que te conheci. Nesse ano, num dos poemas de «doze moradas de silêncio» citei Rilke: «Uma só coisa é necessária: a solidão, a grande solidão interior. Caminhar em si próprio e, durante horas, não encontrar ninguém é a isto que é preciso chegar.(
)
Numa noite de Verão
O teu olhar
Cruzou o meu
Senti a paixão
Invadiu-me os sentidos
Perdi-me no negro profundo
Senti que me roubavas
Mais que um beijo
Foi junto ao mar
Que te amei
Foi na margem do rio
Que de ti me despedi
- Je t'aime je t'aime
- Oh oui je t'aime!
- Moi non plus.
- Oh mon amour...
(
)Hoje, sem ti, já não consigo pressentir a sombra magnífica da noite sobre o rio. Nada se acende em mim ao escrever-te esta carta.(
)
Vagueio pela noite
Encosto a cabeça na nossa rocha
Ainda morna pelo sol
Enterro a mão na areia
Em busca de um tesouro enterrado
O meu
O teu
O nosso tesouro
Apenas grãos deslizam pelos dedos
A mão fica vazia
Como eu
(...)Só a foz do rio parece guardar a memória duma fotografia há muito rasgada. O vento, esse, persegue a melancolia dos passos pelas dunas.(
)
Corro perdida pelas dunas
Lembras quando nos escondíamos?
Como tu rias quando nos procuravam
E nós enrolados nas areias
Embalados pelo vento da paixão
Sussurrávamos palavras
Que hoje recordo
Aquela música
A que chamávamos nossa
Soa ainda nos meus ouvidos
Melodia que se desprende
Das ondas do mar
- Je t'aime je t'aime
- Oh oui je t'aime!
- Moi non plus.
- Oh mon amour...
(
)Sento-me onde, dantes, me sentava contigo, perto do farol.(
)
Muro branco que rodeia o farol
Tantas histórias encerras
Escadas de madeira
Degraus de pedra
Desço
Sobes
Deitamo-nos
Fecho os olhos
Sorris
Um carro que passa
Faróis que iluminam
Dois seres que dele
Se tentam esconder
Je vais je vais et je viens
Entre tes reins
Je vais et je viens
Entre tes reins
Et je me retiens" </strong>
(
)Adormeço ou começo a subir o rio para fugir à imensa noite do mar.(
) Vou prosseguir viagem assim que o dia despontar e o som do teu nome, gota a gota, se insinue junto ao coração.
Terra que nos uniu
Vila que nos separou
O mar viu nascer o nosso amor
O rio lançou correntes sobre a despedida
Seguimos diferentes viagens
Regresso sempre a Milfontes
Para te amar mil vezes
E me despedir outras mil
A letra da música é bastante conhecida, cantada por Serge Gainsbourgh - "Je t'aime moi non plus".
As frases citadas são de Al Berto, do seu livro "O Anjo Mudo", texto "Carta de Milfontes".
O resto é meu, claro.
Obrigada, amigo Ice, por este presente enviado no meu aniversário, o qual estou a adorar ler e que acabou por me trazer belas recordações.
De Anónimo a 16 de Junho de 2004 às 10:24
A ANJO SOFREU UM PEQUENO CONTRATEMPO.
ESTÁ EM FASE DE RECUPERAÇÃO.
VOLTARÁ EM BREVE.
AGRADECE-VOS A TODOS/AS.LetrasAoAcaso
(http://LetrasAoacaso.weblog.com.pt)
(mailto:manintherisingsun@hotmail.com)
De Anónimo a 16 de Junho de 2004 às 05:57
:) AMIGA ESSA MÚSICA É TUDO DE BOM..ATÉ A POUCO TEMPO EU COLOQUEI ELA NO MEU BLOG..NÃO SEI SE VC. FOI LÁ QUANDO ELA ESTAVA TOCANDO..OU SE DÁ PRÁ VC. OUVIR TAMBÉM...
LINDO POST...MAS QUANDO POSTAR COISAS NOVAS NÃO SE INTIMIDE PASSE LÁ PRÁ ME AVISAR OK?
UM BEIJOS
SEASEAPRINCESS
(http://WWW.SEAPRINCESS.BLOGGER.COM.BR)
(mailto:SECRETGIRL7007@YAHOO.COM.BR)
De Anónimo a 16 de Junho de 2004 às 04:03
bravo!:)***
ps(nao sei o que aconteceu mas espero que seja rapida a recuperaçao!)susana
(http://vozes.blogs.sapo.pt)
(mailto:susana229@sapo.pt)
De Anónimo a 16 de Junho de 2004 às 03:03
Querida amiga tudo bem?Estranho a tua ausência.Malditos vírus...fica bem.Jinhos!!!!!Joao
(http://www.causafilosofica.blogs.sapo.pt)
(mailto:JMDslbjoao@sapo.pt)
De Anónimo a 14 de Junho de 2004 às 16:41
Passei para lhe desejar uma excelente semana e deixar um beijo Andréa Motta
(http://jardimdepoesia.blogs.sapo.pt/)
(mailto:jardimdepoesia@sapo.pt)
De Anónimo a 14 de Junho de 2004 às 13:10
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Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo
Hoje eu acordei com medo, mas não chorei
Nem reclamei abrigo Do escuro, eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo, era uma coisa sua que
ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito
Porque é iluminado Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás
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Cazuza/ Poema
gabi
(http://www.gabi-hudson.weblogger.com.br)
(mailto:semcalsinha@bol.com.br)
De Anónimo a 14 de Junho de 2004 às 11:29
Olá amiga!! Saudades sua!! Um ótimo início de semana!! BeijokasQuase Um Anjo
(http://www.quaseumanjo.blogger.com.br)
(mailto:quaseumanjo@uol.com.br)
De Anónimo a 14 de Junho de 2004 às 03:02
Olá! Tava em busca de blogs interessantes e achei o seu! Parabéns, suas mensagens são lindas.Brida
(http://mybutterfly.zip.net)
(mailto:bridabutterfly@hotmail.com)
De Anónimo a 13 de Junho de 2004 às 17:54
Lindo o que vc escreveu, muito sensivel tudo. adorei, belo post.
Um lindo domingo pra vc.
Beijinhos
LúciaLucia
(http://www.luciamaria.blogger.com.br)
(mailto:lucia_moura@hotmail.com)
De Anónimo a 12 de Junho de 2004 às 21:47
Anjo do Sol, ainda n puseste nada de novo...Estamos à espera de novidades :)
Abraços para ti!R.
(http://www.onossoabrigo.blogspot.com)
(mailto:onossoabrigo@hotmail.com)
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